quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O amor pode virar dor?


Aprendendo como não fazer por Lilian Gracioli

Quando o amor vira dor. Uma dor estagnada que não dói alto, apenas se instala. Seria isso a ferida ou o curativo? Na verdade a ferida já existia, mas ao invés de tratarem a causa, preferiram mascarar os sintomas com analgésicos do dia-a-dia. E assim dias se passaram. Meses. Anos. Muitos anos.

A situação perde credibilidade. O mesmo estado civil, só no papel, não mais na mesma cama. Aí então a comodidade dá as mãos à amizade, e ao invés de dividirem amor, conquistas, preocupações, segredos, passam apenas a dividir o mesmo teto. Até quando? Até a situação ficar insustentável, até convivência passar a ser insuportável e uma das partes resolver atender o pedido de “suma da minha vida”, que inúmeras vezes fora feito, mas por culpa dos tais analgésicos, não haviam sido cumpridos. Sim, pior seria se esse pedido nunca tivesse sido feito, se acontecesse de supetão, eu sei. Mas nesse caso houve preliminares. 

Voltando aos efeitos desses analgésicos, eles não param por aí. A parte que fizera o pedido jamais acreditara que esse seria aceito, a rotina não seria mudada nessa altura do campeonato, e quando foi aceito, apesar de dizer que queria assim, sofrera. Sofrera no seu íntimo a dor estagnada. Cai sobre eles o medo de enfrentar a si próprio. De ter que resolver seus problemas e aflições sozinhos. Bem ou mal, antes eram dois no mesmo barco e hoje, mesmo que um terceiro(a) venha a existir, não será como aquele começo de décadas atrás. Nada lúdico, tudo prático. Melhor assim? Não sei... Será que dói igual em ambos? Acho que não.
 
O motivo em si está intrínseco na história, no ego, na co-dependência de cada. O fato é que paira em todos, da mesma forma, esse sentimento esquisito demais, que não sabe distinguir o bom do ruim, o certo do errado, a tristeza da felicidade. De quem foi a culpa? Dos dois. Afirmo categoricamente sem predileções. E a culpa não é nova.

Fica a lição pra eles e para quem se afetou indiretamente, de como não fazer daqui pra frente.

Leia também: Alma Obesa, o primeiro texto de Rodrigo Carvalho para o Blog.

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